Florentino Luís Quebra o Silêncio Sobre Transferência do Benfica para o Burnley, Chamando-a de “Como…


Durante anos, Florentino Luís foi visto como um dos símbolos da formação moderna do Benfica: disciplinado, técnico, maduro além da idade, e profundamente identificado com o clube encarnado. Porém, este verão trouxe um novo rumo à sua carreira. Depois de várias temporadas marcadas por altos e baixos na Luz, o médio defensivo português decidiu dar um passo ousado e inesperado — trocar o conforto de casa pelo desafio intenso da Premier League. Agora, já instalado no Burnley, Florentino fala pela primeira vez, em detalhe, sobre essa mudança que ele próprio descreve como “um encerramento, uma conclusão natural de um ciclo”.

“Senti que era o momento certo para fechar um capítulo importante na minha vida e abrir outro. Foi difícil, mas também libertador,” confessou o jogador de 25 anos, em entrevista exclusiva à imprensa britânica.


Um ciclo de amor e exigência no Benfica

Desde os seus tempos na formação do Seixal, Florentino Luís foi apontado como um dos talentos mais promissores da sua geração. Integrado nos escalões jovens do Benfica desde os 10 anos, rapidamente conquistou treinadores e adeptos com a sua leitura de jogo, maturidade tática e humildade fora de campo.

Subiu à equipa principal em 2019 sob o comando de Bruno Lage, e em pouco tempo tornou-se peça-chave no meio-campo encarnado. No entanto, as constantes mudanças de treinador, as variações táticas e a concorrência interna fizeram com que o seu espaço fosse sendo reduzido.

“O Benfica foi e será sempre a minha casa. Aprendi tudo lá — sobre futebol e sobre vida. Mas às vezes, mesmo quando amas algo, percebes que é preciso sair para continuares a crescer,” explicou Florentino.

A relação com os adeptos benfiquistas sempre foi de respeito mútuo. Mesmo nos momentos em que perdeu protagonismo, o médio manteve a postura serena e profissional, evitando polémicas e concentrando-se no trabalho. Ainda assim, a frustração de não ter continuidade pesava.

“Não foi fácil ver jogos do banco e sentir que podia dar mais. Tive de ser paciente e entender que o futebol é feito de ciclos,” acrescentou.


As tentativas de relançar a carreira

Antes da transferência definitiva para o Burnley, Florentino já tinha experimentado o sabor da adaptação fora de Portugal. Passou pelo Mónaco e pelo Getafe, em empréstimos que foram desafiantes, mas formativos. O próprio jogador reconhece que essas experiências o prepararam para o salto definitivo para a Premier League.

“A passagem por França e Espanha ajudou-me a crescer muito, não só como jogador, mas como homem. Aprendi a lidar com culturas diferentes, com formas distintas de treinar e de viver o futebol. Hoje percebo que tudo isso foi essencial para eu estar preparado para o desafio que agora enfrento em Inglaterra.”

Nos bastidores, Florentino sabia que a oportunidade certa teria de ser cuidadosamente escolhida. Não queria apenas sair do Benfica — queria ir para um projeto onde pudesse sentir-se valorizado, integrado e, sobretudo, útil.

O Burnley, recém-promovido à Premier League e com um projeto ambicioso de consolidação, apareceu como o destino ideal.


A escolha do Burnley — “Vi ali algo genuíno”

A transferência foi finalizada no final de agosto, num negócio avaliado em cerca de 12 milhões de euros, com cláusulas de desempenho e uma percentagem futura para o Benfica. Mas, segundo Florentino, o valor financeiro nunca foi o fator decisivo. O que o convenceu foi a clareza do projeto e a confiança demonstrada pelo treinador e pela direção do clube inglês.

“Quando falei com o treinador do Burnley, senti sinceridade. Ele não me prometeu um lugar garantido, mas falou-me de um plano, de uma ideia de jogo onde eu poderia encaixar. Vi ali algo genuíno, uma ambição parecida com a que sempre me guiou.”

A adaptação ao futebol inglês, porém, está longe de ser fácil. O ritmo é intenso, o estilo físico e direto exige concentração constante, e o clima, confessa Florentino, “é um teste à paciência de qualquer português”.

Mesmo assim, o médio mostra-se entusiasmado.

“Cada treino é uma batalha. Aqui não há jogadas a meio-gás. Tudo é competitivo, mesmo os treinos. Isso obriga-me a estar sempre no meu limite, e é exatamente o que eu procurava. Senti que precisava deste desafio para continuar a evoluir.”


“Como um encerramento”: o significado da despedida

Ao falar sobre a sua saída do Benfica, Florentino não escondeu a emoção. Para ele, a transferência não foi apenas uma mudança profissional, mas um momento de introspeção e amadurecimento.

“Quando digo que foi ‘como um encerramento’, não quero dizer que fechei a porta para sempre. O Benfica é parte de mim, mas este era o momento de me testar fora, de sair da zona de conforto. Senti que o meu ciclo ali tinha terminado, pelo menos por agora.”

O médio fez questão de deixar palavras de carinho ao clube, aos colegas e aos adeptos:

“Aos meus companheiros, quero agradecer por todos os anos de partilha. Aos adeptos, por nunca deixarem de acreditar, mesmo quando eu não jogava tanto. E ao clube, por me ter feito quem sou.”

Florentino também revelou que teve conversas diretas com o presidente Rui Costa antes da saída, sublinhando o respeito mútuo.

“O presidente foi muito claro comigo. Disse que o Benfica queria o melhor para mim e que se a minha vontade era seguir outro caminho, o clube respeitaria. Foi tudo feito com transparência.”


A nova realidade em Inglaterra

No Burnley, Florentino tem enfrentado o desafio da adaptação com humildade e foco. Desde os primeiros dias em Turf Moor, procurou compreender a cultura do clube, da cidade e da Premier League.

“Aqui sente-se o futebol de forma diferente. A ligação entre o clube e a comunidade é muito forte. As pessoas são apaixonadas, vivem o jogo intensamente. Há algo de puro nisso.”

O técnico do Burnley, elogiado pela forma como acolheu o português, descreveu-o como “um jogador que traz equilíbrio e inteligência ao meio-campo”.

Os primeiros jogos mostraram exatamente isso: Florentino não é o tipo de jogador que brilha pelas estatísticas ofensivas, mas pela capacidade de leitura, de antecipar jogadas e de dar segurança à linha defensiva. É o tipo de médio que raramente aparece nos destaques, mas que faz o time funcionar.

“Sempre acreditei que o meu papel é fazer com que os outros brilhem. Sou feliz assim. No futebol moderno, todos falam de golos e assistências, mas há uma beleza também em recuperar bolas, em estar no lugar certo, em antecipar o perigo.”


Os primeiros meses — entre o frio, a tática e o chá inglês

Florentino fala com humor sobre os primeiros desafios do quotidiano britânico.

“O tempo… esse é o meu maior adversário até agora”, brincou, rindo. “Mas estou a adaptar-me. Tenho colegas incríveis que me ajudaram desde o primeiro dia. E já aprendi a gostar de chá — pelo menos quando está quente e acompanhado de uma vitória.”

O jogador também revelou que está a ter aulas intensivas de inglês e que a comunicação no balneário, embora desafiante, tem sido uma experiência divertida.

“Às vezes não encontro a palavra certa, mas o futebol é uma linguagem universal. Um olhar, um gesto, e todos entendem o que é preciso fazer.”


O impacto no vestiário e a confiança dos adeptos

Em pouco tempo, Florentino já conquistou respeito dentro do grupo. A sua postura reservada, mas firme, fez dele uma figura discreta, porém influente.

Um dos capitães do Burnley comentou recentemente:

“Florentino é daqueles jogadores que fala pouco, mas joga muito. Dá segurança a todos à volta. Desde que chegou, o meio-campo ficou mais sólido.”

Os adeptos também começam a notar o valor do português. Nas redes sociais, multiplicam-se comentários positivos sobre o “novo general silencioso do meio-campo”.

“Quando cheguei, sabia que tinha de conquistar o meu espaço com trabalho, não com palavras. É assim que sempre fui educado — deixar o futebol falar por mim.”


De Lisboa para o mundo — um novo começo

Florentino Luís faz parte de uma geração de jogadores portugueses que escolheu desafiar-se fora de portas, seguindo exemplos como João Palhinha, Rúben Neves e João Félix. O médio vê essa tendência como um sinal de maturidade do futebol português.

“Durante muito tempo, tínhamos receio de sair. Hoje, percebemos que a melhor forma de crescer é testar-nos nos contextos mais exigentes. A Premier League é talvez o maior deles. É aqui que quero provar que posso competir ao mais alto nível.”

No entanto, o jogador não esconde que o sonho de regressar um dia ao Benfica ainda existe.

“Não sei o que o futuro me reserva, mas nunca direi nunca. O Benfica é parte da minha história, e será sempre. Por agora, quero honrar este novo desafio e representar bem o futebol português em Inglaterra.”


Uma mensagem de gratidão e propósito

Antes de terminar a conversa, Florentino fez questão de deixar uma mensagem emocional aos jovens jogadores da formação benfiquista e a todos os que sonham seguir os seus passos:

“O caminho nem sempre é fácil. Há momentos de dúvida, de espera, de frustração. Mas cada treino, cada minuto, conta. Acreditem, trabalhem, e mantenham-se fiéis aos vossos valores. O resto vem com o tempo.”


Conclusão — o início de uma nova era

A história de Florentino Luís é, ao mesmo tempo, um final e um começo. Um final para o menino do Seixal que cresceu sob as águias, e um começo para o homem que agora defende as cores de um clube inglês com a mesma seriedade e paixão.

Ao chamar a sua transferência de “como um encerramento”, Florentino não se despede do passado, mas honra-o — levando consigo a essência do Benfica, a disciplina da formação portuguesa e a coragem de quem acredita que o recomeço também é uma forma de vitória.

“O futebol é feito de capítulos,” conclui ele. “E este é apenas o início de um novo.”


Palavras finais:
No Burnley, o desafio é enorme. Mas Florentino Luís, fiel à sua natureza serena e determinada, encara-o com a calma de quem sabe que a jornada é tão importante quanto o destino. De Lisboa a Lancashire, o seu percurso é um testemunho de que, no futebol — como na vida —, crescer às vezes exige a coragem de recomeçar.


 

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